Geralmente, as pesquisas contratadas e pagas com recursos próprios, tendem a trabalhar os números e os locais de entrevistas para coletar os dados, onde favorecem os candidatos que os contratam, ou empresas que os apoiam.
Não é exatamente o caso de Parauapebas, onde uma pesquisa mostra os candidatos Aurelio Goiano à frente do candidato do UNIÃO BRASIL Rafael Ribeiro, com mais de 60% dos votos.
Mas, se a gente for relembrar a eleição de 2020 para prefeito de Canaã dos Carajás, onde todas as pesquisas contratadas pelo grupo do adversário de Josemira, o Ex Vereador Gean Carlos aparecia com mais de 57% dos votos, contra 14% de Josemira e na apuração, Josemira venceu o seu oponente, com mais de 60% dos votos validos.
Alguns institutos de pesquisa, até se recusam a prestar serviço em algumas cidades e candidatos, para não manchar o nome das instituições.
Peça de publicidade
Somente pesquisas registradas na Justiça Eleitoral podem ser divulgadas pelos partidos, candidatos e meios de comunicação. Há desconfiança entre empresas filiadas à Abep de que as pesquisas autofinanciadas trazem resultados que são peças de publicidade política para promover pré-candidatos ou inviabilizar concorrentes antes das convenções partidárias que devem ocorrer até 5 de agosto.
É o que pensa, por exemplo, o administrador Mario Rodrigues Filho, fundador do Instituto Grupom com sede em Goiânia. Ele desistiu de publicar pesquisa eleitoral este ano para não expor a imagem do instituto. “Querem usar a nossa marca, o nosso nome, uma empresa que tem 52 anos de atividade com pesquisas de mercado e política. Precisam de marca para fazer sua divulgação.”
Rodrigues Filho acrescenta que “grande parte” das novas empresas que apareceram no mercado oferecendo pesquisas eleitorais de feitio promocional “não têm no seu portfólio e nem no seu registro de contrato social a realização de pesquisa de mercado ou de opinião.” O administrador ressalta que algumas empresas têm capital social inferior aos valores dos levantamentos que declaram autofinanciamento.
Segundo João Francisco Meira, da Abep, entre as empresas que declaram ter feito pesquisas entre janeiro e meados de abril há prestadores de serviços a prefeituras, como agências de publicidade do interior e até mesmo empresas de coleta de lixo.
Ele chama a atenção para o fato de que, além da desinformação na divulgação das pesquisas autofinanciadas, as empresas criam nomes assemelhados a institutos mais conhecidos pela população para confundir eleitores. Conforme Meira, “Inventar uma empresa de pesquisa cujo nome soa muito parecido com outras mais conhecidas representa contrafação [imitação ilegal] e é burla cognitiva.”
No final de maio, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa deverá fechar nova planilha com dados sobre as pesquisas eleitorais registradas na Justiça Eleitoral.
Edição: Graça Adjuto
REGISTRADA
A pesquisa citada em Canaã, está registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número não rejeita. Foram ouvidas 405 pessoas em Canaã dos Carajás entre os dias 27 e 28 de março de 2020. A contratante foi a M.M Comunicação e Eventos. Segundo o Instituto Skala, que realizou o levantamento, o índice de confiança é de 95% de acerto, com margem de erro de até 3,5% para mais ou para menos.
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